Ifam/Parintins promove Encontro Nacional sobre Saúde Pública e Mudanças Climáticas
- Larissa Monteiro
- há 6 dias
- 3 min de leitura
"A Amazônia pode se transformar em deserto", alerta a professora Adorea Rebello Albuquerque (especialista em meio ambiente e geografia física), no Encontro Amazônico

Parintins (AM) – Com o tema “Desafios e estratégias no combate às doenças de veiculação hídrica”, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam), campus Parintins, realizou de 6 a 8 de maio de 2025 o primeiro Encontro Amazônico sobre Saúde Pública e Mudanças Climáticas. O evento, híbrido, aconteceu no auditório do campus e também foi transmitido pelo YouTube.
A iniciativa reuniu pesquisadores, gestores, profissionais da saúde, lideranças indígenas e representantes da sociedade civil para debater os impactos das mudanças climáticas na saúde pública da Amazônia, com foco nas doenças transmitidas pela água. Segundo a ementa do projeto, o encontro teve como propósito “promover a troca de conhecimentos e estratégias inovadoras para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas na saúde pública brasileira”.
Durante os três dias de evento, temas inter-relacionados orientaram as atividades: no primeiro dia, os debates giraram em torno dos “Impactos das Mudanças Climáticas na Saúde Pública da Região Amazônica”; o segundo dia abordou “Políticas Públicas e Estratégias de Mitigação”; e o encerramento tratou de “Inovação e Sustentabilidade”.
A programação contou com palestras, mesas-redondas, apresentações culturais e de trabalhos científicos, além de oportunidades de networking. A professora Adorea Rebello Albuquerque, especialista em meio ambiente e geografia física, fez um alerta necessário em sua palestra: “A Amazônia pode se transformar em deserto”, destacando a urgência de ações para conter os efeitos das mudanças climáticas na região.
Além de debates e capacitações voltadas para profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), o evento também se propôs a gerar impacto concreto. Ao final, foi elaborada uma carta-compromisso com diretrizes para políticas públicas que será encaminhada aos gestores do município de Parintins e demais autoridades de nível nacional, visto que a “discussão sobre a Amazônia é de interesse de todos”, problematiza o professor e pesquisador Rafael Soares, doutor em desenvolvimento e meio ambiente.
No final do encontro, em um momento dedicado a sugestões para elaboração da ata, o discente José Maria, do curso Técnico em Agropecuária (Ifam/Cpin), falou sobre a preocupação com o destino dos dejetos das embarcações no estado do Amazonas e sugeriu uma proposta para minimizar essa problemática.
“Qual seria a proposta para essa situação? Ou através de uma normatização junto à Capitania dos Portos dentro da Amazônia Ocidental, ou exigindo o compromisso ambiental de que essas embarcações, dentro da sua estrutura, adaptassem o banheiro químico. Aí vem a outra questão: despejar aonde? Comparando com os aviões, quando chegam ao aeroporto, já existe aquele caminhão que faz a coleta. Acredito que isso é possível. Então, mapearia os municípios polos, lançaria a proposta aos gestores — não só aos proprietários de embarcações, mas também aos gestores — para dar esse suporte. Seria uma forma de mitigar essa situação", sugere.
A ação foi coordenado pelo professor Rafael Diego Barbosa Soares e contou com apoio institucional de diversas entidades, entre elas a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Universidade Federal do Pará (UFPA), Instituto Federal do Piauí (IFPI), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam/Cpin), o Programa de Pós-Graduação em Rede Nacional em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos (ProfÁgua/Cesp), Sebrae (AM) e Prefeitura Municipal de Parintins.
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